quarta-feira, 13 de maio de 2015

Vai ter greve?


A pergunta que mais circula pelos corredores da universidade hoje: vai ter greve?



Anúncio de greve iminente tem a tensão de uma declaração de guerra. As coisas agora têm que andar em ritmo alucinante para que tudo esteja a salvo (TCCs, projetos, pesquisas, cerimônia de graduação...) e tenhamos um bom estoque de trabalhos (remunerados, de preferência) para atravessarmos o período de armistício que se aproxima com o mínimo possível de perdas, e algum ganho que justifique parar uma instituição que tem como missão promover o desenvolvimento técnico e intelectual do Amapá.

Pelo menos é que nos antecipa o professor Yurgel Caldas, do Colegiado de Letras, diretor do sindicato dos professores da Unifap.

Segundo ele, o movimento grevista vem se construindo desde ano passado, agregando-se a outras categorias profissionais insatisfeitas com os rumos que a economia vem tomando no governo Dilma, agravada com o projeto de lei da terceirização aguardando aprovação no senado depois de aprovado na câmara.


Enquanto o senado não se decide, o sindicato mobiliza os professores para uma parada tática (ou de alerta), nesta quinta, 14, chamando a categoria a decidir ou não pela greve, com indicativo para acontecer nacionalmente na última semana de maio.

A unifap tem em torno de quinhentos professores; e seriam necessários pelo menos 50 docentes para deliberar, 10% da categoria. No entanto, a frequência dos professores nas últimas assembleias não tem sido das melhores, oscilando entre 20 e 40 profissionais a média, lamenta André Guimarães, primeiro vice-presidente norte II da Andes, que abrange Pará e Amapá.

Carreira, salário, previdência e o fim dos cortes nas verbas da educação pública são as palavras de ordem escritas na bandeira de luta do sindicato.

Com uma estrutura pequena e um patrimônio que se resume a uma sala no Centro de Vivências (na qual cabem algumas estantes com livros, umas poucas mesas e cadeiras, e dois funcionários), o sindicato  tem pela frente um governo em crise e sem dinheiro que acena com mais austeridade nos gastos para tentar equilibrar o barco do orçamento que insiste em querer virar.


O corte no orçamento da Unifap pode chegar a 49%, mas seus sintomas já podem ser percebidos, diz o primeiro vice-presidente norte da Andes. O mais visível é a relação de alunos excluído da lista de isentos da taxa do bandejão, fixada na entrada do Restaurante Universitário.

O desafio é dar ao movimento o impacto midiático necessário para atingir a atenção da população e obter seu apoio para vencer o governo no campo da comunicação de massa.

Sem uma boa estratégia de comunicação e relacionamento com a comunidade, a greve pode não ter a força necessária para decolar e inflamar ainda mais o movimento geral dos trabalhadores.

A paralisação de quinta vai acontecer no portão de entrada da Unifap, a partir das 07h30min com um café de mobilização. A assembleia para deliberar pela greve será às 9h.

Manoel do Vale
Agcom/Unifap






  

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