A pergunta que mais circula pelos
corredores da universidade hoje: vai ter greve?
Anúncio de greve iminente tem a tensão de uma declaração de guerra. As coisas agora têm que andar em ritmo alucinante para que tudo esteja a salvo (TCCs, projetos, pesquisas, cerimônia de graduação...) e tenhamos um bom estoque de trabalhos (remunerados, de preferência) para atravessarmos o período de armistício que se aproxima com o mínimo possível de perdas, e algum ganho que justifique parar uma instituição que tem como missão promover o desenvolvimento técnico e intelectual do Amapá.
Pelo menos é que nos antecipa o professor Yurgel Caldas, do Colegiado de Letras, diretor do sindicato dos professores da Unifap.
Segundo ele, o movimento grevista vem se construindo desde ano passado, agregando-se a outras categorias profissionais insatisfeitas com os rumos que a economia vem tomando no governo Dilma, agravada com o projeto de lei da terceirização aguardando aprovação no senado depois de aprovado na câmara.
Enquanto o senado não se decide, o sindicato mobiliza os professores para uma parada tática (ou de alerta), nesta quinta, 14, chamando a categoria a decidir ou não pela greve, com indicativo para acontecer nacionalmente na última semana de maio.
A unifap tem em torno de quinhentos professores; e seriam necessários pelo menos 50 docentes para deliberar, 10% da categoria. No entanto, a frequência dos professores nas últimas assembleias não tem sido das melhores, oscilando entre 20 e 40 profissionais a média, lamenta André Guimarães, primeiro vice-presidente norte II da Andes, que abrange Pará e Amapá.
Carreira, salário, previdência e o fim dos cortes nas verbas da educação pública são as palavras de ordem escritas na bandeira de luta do sindicato.
O corte no orçamento da Unifap pode chegar a 49%, mas seus sintomas já podem ser percebidos, diz o primeiro vice-presidente norte da Andes. O mais visível é a relação de alunos excluído da lista de isentos da taxa do bandejão, fixada na entrada do Restaurante Universitário.
O desafio é dar ao movimento o impacto midiático necessário para atingir a atenção da população e obter seu apoio para vencer o governo no campo da comunicação de massa.
Sem uma boa estratégia de comunicação e relacionamento com a comunidade, a greve pode não ter a força necessária para decolar e inflamar ainda mais o movimento geral dos trabalhadores.
A paralisação de quinta vai acontecer no portão de entrada da Unifap, a partir das 07h30min com um café de mobilização. A assembleia para deliberar pela greve será às 9h.
Manoel do Vale
Agcom/Unifap
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