sexta-feira, 19 de junho de 2015

Servidores da Unifap falam sobre administração do Hospital Universitário


Entrevista com Elson e José Pery, do Sindicato dos Servidores e Técnicos da Unifap – Sinstaufap, a respeito da condição administrativa do Hospital Universitário durante o período de greve dos funcionários, já que o serviço de saúde está dentro do que se poderia chamar de serviços essenciais. Eles também comentam a respeito da lógica privatiasta implementada pela Ebserch, empresa privada que vai gerenciar os recursos do Hospital Universitário.

Qual é o grande problema do hospital universitário?
O hospital universitário tem uma finalidade social que é o atendimento público, o fato de ter um hospital dentro da universidade federal é um avanço. O hospital universitário nasceu de um jeito que na nossa concepção não foi de uma maneira adequada, pelo fato da Ebserh uma empresa privada, gerenciar os hospitais universitários. E na Universidade Federal do Amapá não foi feito uma discussão com a comunidade acadêmica. O hospital está sendo construído já na lógica da Ebserh que é a empresa privada que vai gerenciar os recursos do hospital universitário.

Qual é o grande problema disso na prática?
É que ele vai nascer na lógica do privado, a contração vai ser feita na consolidação das leis trabalhistas (CLT), isso vai gerar problemas de infraestrutura. Os recursos vão ser manobrados da forma que convir aquela empresa.

O governo federal está com um bloco de privatizações, o grande discurso é a eficiência é combater a corrupção. Dessa forma é perigoso a seu ver?
O estado gere mal os recursos, o problema não é o estado gerir, mas é o problema é a forma como ele gere. Quando o estado opta por uma empresa privada ele fomenta o privado deixando o serviço público como subsidiário e isso vai gerando a precarização do serviço público. O capital privado não deve interferir no serviço público. Cada vez mais o estado está passando a responsabilidade para o privado, como a saúde que é um serviço essencial. Falta investimento na saúde, investimento que vai para o privado.

Quais medidas o sindicado FASUBRA está fazendo para aproximar o servidor federal da comunidade?

Nós queremos retomar a discussão sobre a privatização do hospital universitário em relação à Ebserh. Vão ser dois mundos, o do servidor e o do celetista. E eu não vejo a privatização como forma de combater a corrupção, porque o público tem os procedimentos burocratizados, apesar de muitas vezes se conseguir burlar esses processos de aplicação dos recursos e o privado tem a flexibilização dos recursos, o que torna mais fácil manobrar esses recursos. 

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