Entrevista com Elson e
José Pery, do Sindicato dos Servidores e Técnicos da Unifap – Sinstaufap, a
respeito da condição administrativa do Hospital Universitário durante o período
de greve dos funcionários, já que o serviço de saúde está dentro do que se
poderia chamar de serviços essenciais. Eles também comentam a respeito da
lógica privatiasta implementada pela Ebserch, empresa privada que vai gerenciar
os recursos do Hospital Universitário.
Qual
é o grande problema do hospital universitário?
O
hospital universitário tem uma finalidade social que é o atendimento público, o
fato de ter um hospital dentro da universidade federal é um avanço. O hospital
universitário nasceu de um jeito que na nossa concepção não foi de uma maneira
adequada, pelo fato da Ebserh uma
empresa privada, gerenciar os hospitais universitários. E na Universidade
Federal do Amapá não foi feito uma discussão com a comunidade acadêmica. O
hospital está sendo construído já na lógica da Ebserh que é a empresa privada que vai gerenciar os recursos do
hospital universitário.
Qual
é o grande problema disso na prática?
É que ele vai nascer na lógica do privado, a
contração vai ser feita na consolidação das leis trabalhistas (CLT), isso vai
gerar problemas de infraestrutura. Os recursos vão ser manobrados da forma que
convir aquela empresa.
O governo federal está com um bloco
de privatizações, o grande discurso é a eficiência é combater a corrupção.
Dessa forma é perigoso a seu ver?
O
estado gere mal os recursos, o problema não é o estado gerir, mas é o problema
é a forma como ele gere. Quando o estado opta por uma empresa privada ele fomenta
o privado deixando o serviço público como subsidiário e isso vai gerando a
precarização do serviço público. O capital privado não deve interferir no
serviço público. Cada vez mais o estado está passando a responsabilidade para o
privado, como a saúde que é um serviço essencial. Falta investimento na saúde,
investimento que vai para o privado.
Quais medidas o sindicado FASUBRA
está fazendo para aproximar o servidor federal da comunidade?
Nós
queremos retomar a discussão sobre a privatização do hospital universitário em
relação à Ebserh. Vão ser dois
mundos, o do servidor e o do celetista. E eu não vejo a privatização como forma
de combater a corrupção, porque o público tem os procedimentos burocratizados,
apesar de muitas vezes se conseguir burlar esses processos de aplicação dos
recursos e o privado tem a flexibilização dos recursos, o que torna mais fácil manobrar
esses recursos.
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